Periodontia

É a ciência que estuda e trata as doenças do sistema de implantação e suporte dos dentes. Esse sistema, chamado periodonto, é formado por osso alveolar, ligamento periodontal e cemento.

A função do periodonto é a inserção do dente no tecido ósseo dos maxilares e conservação da superfície da mucosa mastigatória da cavidade bucal (gengiva inserida). O periodonto também é chamado de aparato de inserção ou de tecido de suporte do dente e estabelece uma unidade funcional biológica e evolutiva que sofre modificações com a idade e com as modificações do meio bucal.

O objetivo fundamental da Periodontia é a permanência dos dentes com função estética. Para esse fim, utilizam-se meios de atuação preventivos, curativos, regenerativos e de controle das doenças que atuam sobre as gengivas e o osso que sustenta as raízes dentais.

A maioria dos indivíduos tem inflamação gengival de vez em quando, porém, aproximadamente 10% da população sofrem com as formas mais severas da doença.

As alterações patológicas do periodonto são chamadas doenças periodontais.

O que é doença periodontal?

É o comprometimento dos tecidos periodontais (gengivas e estrutura óssea) causado por bactérias que regularmente colonizam os dentes, afetando a gengiva, o osso alveolar e o ligamento periodontal.

Essa doença é hoje a principal causa de perda de dentes em adultos. Sua ocorrência geralmente tem início após os vinte anos de idade, embora algumas formas mais graves podem surgir até mesmo antes da puberdade ou durante a adolescência.

Quais são os sinais e sintomas da doença periodontal?

  • Gengivas sangrando ao uso de fio dental e/ou escova de dentes
  • Gengivas avermelhadas, inchadas ou moles
  • Gengivas retraídas
  • Presença de secreção purulenta saindo da gengiva espontaneamente, ou quando pressionada
  • Mobilidade em um ou mais dentes
  • Dentes entortando e/ou com surgimento de espaços entre eles
  • Mau hálito ou gosto ruim na boca

Quais as causas da doença periodontal?

A doença periodontal comum tem início com o acúmulo de placa bacteriana sobre os dentes (agregado de bactérias). Essas bactérias da placa produzem toxinas que provocam uma inflamação na gengiva, a chamada gengivite. Sem tratamento, essa inflamação vai aprofundando-se entre o dente e a gengiva, até levar à destruição do osso que envolve os dentes (periodontite).

Há outras causas?

Sim, há outros fatores que podem aumentar a predisposição à doença periodontal e/ou agravá-la. Como, por exemplo, próteses e restaurações com infiltrações ou contornos incorretos, aparelhos ortodônticos, dificuldade de abertura de boca, dificuldade motora de higiene bucal causando aumento na retenção da placa bacteriana, aumentando, por sua vez, a agressão ao periodonto.

Além disso, estudos comprovam que a presença de saburra lingual (placa esbranquiçada presente na língua) pode agravar e perpetuar a doença periodontal.

Ainda, existem doenças sistêmicas que reduzem a defesa do organismo, aumentando a chance de predisposição à doença periodontal, como por exemplo, diabetes mellitus, leucemia, cirrose hepática, AIDS, predisposição genética, hábitos como o FUMO, medicamentos imunossupressores, entre outros.

Em algumas doenças periodontais, o componente genético tem muita importância, fazendo com que membros de um determinado grupo familiar sejam mais susceptíveis.

Como evitar a doença periodontal?

A prevenção e a conscientização do paciente constituem o melhor método para evitar essas doenças. O controle mecânico diário da placa bacteriana, por meio de uma técnica correta de higiene bucal, com escova de dentes, fio dental e escovas especiais para uma higiene avançada, quando necessárias, é suficiente para manter a gengiva e os dentes em condição de saúde e inclusive reverter os episódios de gengivite e periodontite.

Procure conhecer as formas corretas de remover a placa bacteriana de seus dentes. Use também um evidenciador de placa, que é um corante com função de permitir a visualização dos depósitos de placa bacteriana sobre os dentes.

Como é feito o tratamento da periodontite?

O tratamento da doença periodontal começa com a remoção das causas, ou seja, raspagem do cálculo, remoção de fatores retentivos de placa e da placa em si, preferencialmente, procedimentos sempre realizados por um especialista – o periodontista. Casos mais avançados muitas vezes precisam de tratamentos cirúrgicos com objetivo de acesso às raízes dentais para raspagem ou para alcançar a regeneração de tecidos destruídos pela infecção.

Tanto o tratamento da gengivite como o da periodontite requerem a motivação do paciente e técnicas corretas e adequadas de higiene bucal, que serão orientadas pelo profissional especialista.

Muitas vezes, poderá ser necessário o uso de medicação durante o tratamento.

Depois do tratamento da doença periodontal, nunca mais vou ter a doença?

Para qualquer tratamento periodontal efetuado é imprescindível o controle periódico, com manutenção através de raspagens e profilaxias profissionais. Mas o controle de placa realizado pelo paciente, através de uma minuciosa higiene bucal, é de fundamental importância no sucesso do tratamento da doença periodontal e na manutenção dos resultados. A boca é uma cavidade aberta ao meio externo, sendo constantemente invadida por bactérias. Por isso, para se evitar a recorrência da doença periodontal, é necessário evitar o acúmulo de micro-organismos (placa).

Tradicionalmente os pacientes que apresentaram Periodontite têm que ser mantidos em um rigoroso sistema de revisão periódica, com limpezas e raspagens frequentes e, se necessárias, cirurgias gengivais. O tempo entre as revisões periodontais será determinado pelo seu dentista, de acordo com a gravidade de seu caso.

Existem cirurgias plásticas periodontais?

São cirurgias que visam corrigir defeitos gengivais e de tecidos moles em regiões que apresentam algum tipo de comprometimento estético. Os defeitos que mais incomodam os pacientes são retrações gengivais e sorriso gengival.

A indicação principal se dá quando o defeito altera a harmonia do sorriso do paciente. Como requisito obrigatório, exige-se saúde bucal. Doenças periodontais, cáries, problemas endodônticos, entre outros devem ser tratados antes de qualquer cirurgia estética.

Sorriso  gengival

Trata-se de situações clínicas em que se observa excesso de gengiva aparente no sorriso do paciente, com efeito antiestético.

Há que se avaliar caso a caso a possibilidade de uso de toxina botulínica – o Botox, para correção estética do sorriso gengival ou uso de cirurgias corretivas com alterações de inserção muscular e ou remoção de tecido gengival.

Recessões gengivais

São as raízes dos dentes expostas. Muitos pacientes ficam incomodados esteticamente, quando, ao sorrir ou falar, mostram as recessões gengivais (a raiz exposta dos dentes). Nessas situações, o enxerto gengival pode ser indicado, bem como quando há raízes que apresentam sensibilidade às variações de temperatura.

E quanto à dor pós-operatória e ao tempo de recuperação?

As técnicas mais recentes, além de oferecerem ótimos resultados estéticos, proporcionam um pós-operatório com pouquíssimo desconforto ao paciente. Normalmente, o paciente já pode trabalhar no dia seguinte à cirurgia, desde que evite esforços físicos e evite traumatizar a região operada.

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